Uma justiça conivente com crimes de ódio e racismo nunca pode destruir
a voz da solidariedade e fraternidade humana! Sempre contigo, Mamadou!
E, como sou físico, relembro o poema de um outro físico mais célebre…
LÁGRIMA DE PRETA,
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analizar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e o sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio,
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
(António Gedeão)
Manuel Pereira dos Santos
professor catedrático aposentado