Chamar os bois pelos nomes. E o Mamadou pelo seu nome também.
O Mamadou é intelectual e é orgânico. Ele é conhecimento, produz conhecimento e pensa a atualidade, o passado e o futuro de forma crítica e engajada. Dá o corpo aos manifestos e levanta sempre a voz contra as injustiças. É contagiante. Eleva a luta antirracista e atualiza-a. Não nos deixa presas em moldes gastos. Pensar o Mamadou é pensar o Alcindo, e é pensar em todas nós e no mundo melhor que queremos construir.
Chama os bois pelos nomes, que é como quem diz, não se acobarda. E chama a camaradagem pelos nomes também, que é como quem diz, é solidário e comprometido. Se uma vida na luta contra o racismo inclui, claro, a luta contra os racistas, nomeá-los é um ato de coragem. Rebelde, sim, e aparentemente revolucionário, porque vivemos num país estranho, em que dizer a verdade nos (o) pode fazer arguido. O Mamadou é imprescindível.
Ao Mamadou, toda a minha solidariedade e gratidão. Temos a sorte de partilhar este espaço entre fronteiras a que se chama Portugal com ele – reconheçamo-la e honremo-la.
Francisca Bartilotti Matos
médica