Todos seremos poucos para constatar o óbvio, o racismo não é uma marca circunscrita ao passado colonial, mas uma continuidade de estruturas e instituições que perpetuam as práticas, as linguagens, os silenciamentos de uma sociedade racista e desigual. Mamadou Ba com o seu trabalho incansável obriga a sociedade portuguesa a ver-se ao espelho. E o poder judicial através do Ministério Público e de um juiz de instrução decide refugiar-se no formalismo jurídico, na pretensa universalidade das leis para comparando o incomparável deduzir uma acusação que nos envergonha e que expõe na sua crueza o que tanto falta fazer.
Mamadou Ba não está só, somos muitas e muitos, seremos todos os dias mais!
Susana Santos
socióloga, investigadora e professora, membro da mesa nacional da BASE- Frente Unitária de Trabalhadores