Ricardo Pato

Conheci Mamadou Ba há alguns anos, numa reunião preparatória de uma manifestação de repúdio pela violência policial racista que na ocasião fizera mais uma vítima em Portugal, no conhecido caso da Cláudia Simões. Cruzei-me com ele mais um par de vezes, sendo um homem de trato afável e solidário, de uma imponência moral que superava a sua estatura física. Nunca reconheci particular radicalismo nas posições daquele que tem sido nos últimos anos o mais visível rosto do antirracismo em Portugal, não obstante a sua intransigência de princípios. Já nesse tempo sofrera os mais vis ataques e ameaças a si e à sua família por parte das franjas mais reaccionárias e fascizantes deste País. Corajoso e sempre firme, apesar dos riscos que sempre correu, nunca claudicou naquilo em que acredita. Junto-me a todas e a todos que prestam a sua solidariedade a Mamadou no momento em que o sistema judicial português se prestou ao inenarrável de colocar um processo a um homem que mais não fez que apontar o dedo a um neonazi que no passado foi claramente associado ao brutal espancamento de Alcindo Monteiro. Não perdoamos nem esquecemos! Num País estruturalmente racista não basta não se ser racista, é necessário ser-se antirracista! Estamos firmes com Mamadou Ba, estamos juntos! 

Ricardo Pato
funcionário público