Jorge Martins

Não está no bom caminho um país que (ainda) se ufana do salazarento mito de sermos um “povo de brandos costumes” e que tem um Primeiro-ministro que equipara um antirracista a um racista retinto, enquanto as estatísticas revelam que Portugal tem dos mais altos indicadores europeus de racismo e senta no banco dos réus um negro antirracista, ao invés de reconhecer este grave problema para o combater com frontalidade.

Estar solidário com Mamadou Ba é assumir a luta antirracista, porque, tal como a liberdade, nenhum progresso nos direitos humanos está garantido, como estamos a ver por esse mundo fora, em que se verificam recuos na pena de morte, no aborto, no casamento entre pessoas do mesmo sexo, nos direitos das minorias, nos direitos das mulheres.

O racismo para o banco dos réus!

Jorge Martins
historiador