É com alguma confusão que acompanho a situação corrente de Mamadou Ba, um ativista pelos direitos humanos que se presta a dar a voz às diversas lutas necessárias cá em Portugal, não se limitando apenas às que lhe afetam diretamente, pois é esse o dever de qualquer cidadão consciente:
Contribuir para o bem comum e daqueles que se veem negligenciados na nossa sociedade.
É inegável que os esforços de Ba, em denunciar o que há de errado enquanto aponta soluções, são de enorme valor para a nossa sociedade.
Por esses mesmos esforços, todos os elementos das gerações vindouras beneficiarão imenso.
Mantém-se, no entanto, absolutamente confusa, a decisão do Ministério Público em prosseguir com uma acusação para com alguém que, quando muito, é um humanista.
Porquê? Por este ter tido a coragem de não cessar em denunciar as sucessivas tentativas de limpeza de imagem que se faz a um assassino.
Pode-se dizer que todos têm direito a uma segunda oportunidade para integrar a sociedade, e eu até concordaria…
No entanto, esse mesmo indivíduo, faz essa reintegração, mantendo e repercutindo os mesmos valores que lhe levaram a suprimir a vida de outra pessoa, demonstrando assim zero arrependimentos nas suas ações.
É perante esta denúncia de Ba que o Ministério vê uma necessidade de fazer dele um exemplo.
Fica assim passada a mensagem que não há direito em dar a voz a quem é silenciado.
Não há direito em ser humanista. Que tremenda vergonha.
Força Mamadou Ba!
Ravi Fonseca
desenvolvedor de software