Manuela Ribeiro Sanches

Em apoio às causas justas e urgentes defendidas por Mamadou Ba.

Obrigada, Mamadou!

«Provincianismo?

Não me afundo num particularismo estreito. Nem tão-pouco  quero perder-me num universalismo descarnado.

Há duas maneiras de nos perdermos: através da segregação murada no particular ou através da diluição no ‘universal.’

A minha concepção do universal é a de um universal enriquecido com todo o particular, enriquecido com todos os particulares,  aprofundamento  e coexistência de todos os particulares. Então? Então, teremos de ter a paciência  de retomar a obra, a força de refazer o que foi desfeito: a força de inventar, em vez de seguir; a força de ‘inventar’ a nossa estrada e de a desembaraçar de formas feitas, de formas petrificadas que a obstruem. Em suma, consideramos, doravante, como nosso dever conjugar os nossos esforços com todos aqueles homens adeptos da justiça e da verdade a fim de construir organizações susceptíveis de ajudar de maneira proba e eficaz os povos negros na sua luta de hoje e de amanhã: luta pela justiça; luta pela cultura; luta pela liberdade e pela dignidade; organizações capazes, numa palavra, de os preparar em todos os domínios para assumir de maneira autónoma as pesadas responsabilidades que a história, neste momento, faz recair tão pesadamente sobre os seus ombros».

                                                           Aimé Césaire, «Carta a Maurice Thorez», 1956                                                                                    (trad. Manuela Ribeiro Sanches,

Manuela Ribeiro Sanches
professora universitária aposentada. Investigadora IHC -FCSH UNL).