André Pestana

JUSTIÇA DE PERNAS PARA O AR 

A decisão de um Tribunal português em autorizar Mário Machado a combater na Ucrânia ou a total facilitação da legalização de um partido de extrema direita/racista em Portugal (que, além de ser inconstitucional, teve também comprovadamente assinaturas de pessoas mortas ou de menores como subscritores na apresentação do seu processo de legalização no Tribunal Constitucional) são apenas alguns exemplos extremamente preocupantes da “justiça” portuguesa. Agora, esta tentativa de intimidação, por parte do Ministério Público, a quem apenas disse a verdade sobre um comprovado criminoso (o assumido nazi Mário Machado já foi condenado por diversos crimes violentos em tribunal) deve-nos preocupar ainda mais a todos. Hoje tentam injustamente intimidar o Mamadou, se nada fizermos, amanhã serão muitos mais. Neste, como em outros casos, é fundamental que a sociedade e o movimento popular/sindical se unam e não fiquem indiferentes perante mais esta injustiça.

Continua totalmente atual o que B. Brecht escreveu no século passado:


“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis

Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.” 

André Pestana
professor e dirigente sindical do S.T.O.P