Como homem, branco, cis hetero, estou, provavelmente, no topo da cadeia do poder e do privilégio. E além de, eu e os meus pares, termos de perder esse privilégio, temos de o usar para combater injustiças como as que está a passar o Mamadou. Não basta não sermos racistas, temos de ser anti-racistas e condenar veementemente o que o Mamadou, que tanto faz por esta causa, está a passar por ter dito a verdade sobre um criminoso. O Mamadou está a ser acusado e será, esperemos que não, julgado por homens brancos e privilegiados que querem que as lutas identitárias se façam condizentes com o que a branquitude quer: calmas, ordeiras, sem “levantar ondas”. Temos, nós brancos e brancas, de parar com isso e aceitar que quem sofre com esta violação de direitos humanos lute e combata como achar que deve. E que a sociedade branca e patriarcal aceite que um criminoso é um criminoso e tem de ser chamado assim Solidariedade e o meu máximo apoio, Mamadou!
Tiago Rolino
jurista e investigador