Rosa Elizabeth Acevedo Marin

Manifestação de apoio  a Mamadou Ba

Os atos políticos e sociais de discriminação, perseguição e até a condenação a extermínio de povos não podem ser recorrentes na história das sociedades que clamam por respeito à diversidade e à diferença.  O século XX  ficou profundamente marcado com o racismo e antissemitismo.  O racismo é cicatriz aberta  em relação aos povos que foram colonizados e subjugados. Hoje, essa via em sentido contrário, é garantida por governos e instituições que rompem com qualquer posição ou reação conservadora de teor fascista.  

Mamadou Ba,  suas ideias e as organizações nas quais tem militado defendem a intransigente proposta de não permitir que atos políticos e sociais  desmereçam a sociedade portuguesa  e a sociedade  em escala mundial.  O conhecimento e respeito por Mamadou Ba,  cidadão luso-senegalês, residente em Portugal, me conduzem  a apelar junto aos magistrados portugueses que o julgarão,  e  à sociedade portuguesa,  que será  a  principal testemunha desta decisão histórica, para que o seu julgamento seja o resultado do pensar e praticar a justiça, de construir uma sociedade que acata a diferença  como baluarte.

Rosa Elizabeth Acevedo Marin
historiadora e antropóloga venezuelana, residente e professora no Brasil há mais de 40 anos. Titular da Universidade Federal do Pará (UFPA) junto ao Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA), do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, e pesquisadora dos temas de racismo e antirracismo no âmbito do Pensamento Social Brasileiro. Autora de diversos estudos sobre a Afro Amazônia, entre eles, o livro “Negros do Trombetas”.