É a segunda vez em pouco mais de um ano que faço um depoimento público em apoio de Mamadou Ba, e começo por dizer que é a segunda de quantas vezes forem necessárias. Mas desta vez há um novo fator em jogo: uma campanha de apoio a Mamadou Ba é, quando o próprio Ministério Público se associa a um criminoso reincidente, uma campanha pela Justiça em Portugal. A gravidade do momento mede-se também pelas usuais palavras de representantes políticos em Portugal, que, no momento mesmo em que as instituições públicas se associam a um projeto de perseguição política e de silenciamento, continuam a desvalorizar a ameaça do racismo em Portugal e trabalham para criminalizar o antirracismo, isto é, criminalizar a ordem democrática, os direitos humanos e a verdade. Face a este ataque sem precedentes, a resposta só pode ser uma, e una: apoio incondicional a Mamadou Ba, e oposição frontal e determinada às forças do obscurantismo que querem a todo o custo impor retrocessos civilizacionais. Contra o fascismo e o racismo, chamar os bois pelos nomes, sempre.
Pedro Schacht Pereira
professor universitário