Não ao Lawfare em Portugal
Fim ao processo contra Mamadou Bá
O Lawfare é a guerra através da manipulação da Justiça com objetivos políticos de destruição da reputação dos adversários ou da sua prisão. Neste tipo de guerra recorre-se às mais variadas acusações infundadas para, depois, com a manipulação ou a cumplicidade do ministério público e dos juízes, condenar injustamente políticos e ativistas.
Vemos agora o lawfare ser utilizado em Portugal contra o corajoso ativista dos direitos humanos e o mais destacado protagonista do movimento antirracista português. Mamadou Bá enfrenta um processo, por difamação, assente na acusação de um dos dirigentes políticos mais extremistas, perigosos e agressivos do nosso país, o famigerado Mário Machado.
O Lalwfare foi abundantemente utilizado na América Latina pelas forças de extrema-direita contra personalidades do centro esquerda, filiadas na Internacional Socialista, de que o Partido Socialista português, faz parte. Um Vice-Presidente da Internacional Socialista, Alan Garcia, antigo presidente do Peru, preferiu suicidar-se a enfrentar no tribunal acusações viciadas. Outro dirigente da Internacional Socialista, Lula da Silva, foi falsamente acusado, julgado e encarcerado durante anos para, finalmente, ver o Supremo Tribunal Federal brasileiro anular todas as acusações sem sentido e devolve-lo à liberdade politica. Livre, foi eleito Presidente do Brasil no final do mês de Outubro de 2022.
Agora querem usar o Lawfare contra Mamadou Bá. Primeiro atacaram-no fisicamente, depois lançaram um ridículo abaixo-assinado e tendo sido sempre derrotados fazem, agora, queixas infundadas contando com a fraqueza da justiça portuguesa, que sofre das mesmas deficiências da latino-americana.
É preciso impedir o Lawfare de se instalar no nosso país, um Estado com graves problemas de funcionamento da Justiça, em que os prazos não são cumpridos, em que a Justiça está sujeita a fortes pressões políticas, uma Justiça em que existe uma tendência, verificada estatisticamente, para condenar Negros, Ciganos, membros das minorias étnicas nacionais e imigrantes e ser para com eles mais dura nas penas aplicadas.
É preciso que Mamadou Bá seja imediatamente ilibado e a decisão de o levar a julgamento revertida. Para que o conhecido poema não se forne uma realidade:
primeiro levaram os comunistas
mas não me importei com isso
eu não era comunista;
em seguida levaram os sociais-democratas
mas não me importei com isso
eu também não era social-democrata;
depois levaram os judeus
mas como eu não era judeu
não me importei com isso;
depois levaram os sindicalistas
mas não me importei com isso
porque eu não era sindicalista;
depois levaram os católicos
mas como não era católico
também não me importei;
agora estão me levando
mas já é tarde
não há ninguém para
se importar com isso.
Querem levar-nos o Mamadou Bá. É preciso clamar bem alto que nos importamos e que tudo faremos para que isso não aconteça. Como disse em tempos uma corajosa mulher espanhola: Não passarão.
Jorge Fonseca de Almeida
economista