A legitimidade democrática e o fundamento ético da justiça emanam do seu compromisso com os valores da liberdade, da igualdade, da fraternidade, da tolerância e do universalismo. É por isso que no dicionário da luta dos povos o racismo surge como um dos autónimos possíveis da palavra justiça. Pelo contrário, quem, como o Mamadou, dedica a sua vida ao combate ao racismo fá-lo, precisamente, em nome da justiça enquanto horizonte comunitário.
Blanca, figura central de “Terra e Liberdade” de Ken Loach, num momento particularmente dramático da resistência ao franquismo, relembrava os seus companheiros do essencial: “la batalla es larga y son muchos, pero nosotros somos muchos más, siempre seremos muchos más”. Ao fundo, um guerrilheiro retorquiu: ” La Lucha continúa! ¡No pasarán!”.
Assim será.
Hugo Ferreira
jurista