Tal como em casos anteriores de abominável perseguição, mais uma vez declaro a minha total solidariedade para com Mamadou Ba.
É inaceitável que o ativismo anti-racista, a principal força na luta pela concretização de dois dos desígnios de abril que falta cumprir – democratizar e descolonizar -, seja silenciado e perseguido por afirmar o que é do domínio do factual. A injustiça e a desproporcionalidade em levar Mamadou Ba a julgamento são sintomáticas da natureza sistémica e institucional do racismo na sociedade portuguesa, incluindo o estado e o seu sistema judicial. Seguindo o exemplo corajoso do próprio Mamadou Ba, declaramos que não temos medo e não calamos.
Ana Balona de Oliveira
historiadora de arte e curadora