“Posso não concordar com o que afirmas, mas defenderei sempre que o possas afirmar” – é este talvez o fundamento mais importante da nossa liberdade individual e coletiva. É sobretudo quando afirmamos a liberdade do outro, que conquistamos a nossa.
Por isso defendo que Mamadou Ba tenha o direito de afirmar, com a clareza e a lucidez que lhe é própria, as suas posições e opiniões. É um direito que lhe assiste tal como assiste a todos nós o direito de nos posicionarmos concordantes ou críticos com essas afirmações.
Questiono a posição do estado português quando decide branquear as ações contrárias aos direitos humanos levadas a cabo por um dos seus militares. Coloco-me, por isso, ao lado das declarações de Mamadou Ba no alerta sobre o significado histórico e político destas decisões.
Mas, mesmo que a minha opinião fosse diversa, viria sempre a público repudiar quem deseja silenciar ou “deportar” – absurdo máximo! – um cidadão português, por exercer, com a veemência que considera necessária, a sua liberdade de opinião e de manifestação pública.
É esta liberdade que também me levará sempre a gritar:
Abaixo o racismo! Abaixo a prepotência fascista! Viva a Liberdade!
Paulo Matos
ator, encenador